“Formação de professores de ciências sobre quadros interactivos em regime de bLearning”

Título do artigo – “Formação de professores de ciências sobre Quadros Interactivos em regime de bLearning”

Autores – Rui Folhas, Lúcia Pombo, Mª João Loureiro

Tema abordado:

Incentivo à utilização dos Quadros Interactivos (QI) no desenvolvimento de competências transversais e específicas das áreas disciplinares e contributo para a utilização dos QI  no processo de ensino e de aprendizagem.

Conceitos importantes referidos no enquadramento:

  •  bLearning
  • Formação de professores
  • Quadros Interactivos
  • Recursos Interactivos

Síntese:

O estudo foi realizado numa Escola Secundária com 3º ciclo, tendo a formação realizada em Abril de 2009, na qual estiveram envolvidos professores das áreas disciplinares de ciências (5 de Biologia e Geologia, 4 de Matemática e 4 de Física e Química).

Usaram-se os QI: 1 SMARTBoard e 2 Interwrite.

Foi criada na plataforma Moodle do Softciências uma “disciplina” denominada “ESM – Quadros Interactivos” para formação serviu de apoio para promoção, partilha e divulgação de experiências, materiais, saberes, metodologias, no âmbito da integração dos QI e das TIC. Esta plataforma também serviu para ajudar nas sessões de formação, para orientação, organização e colaboração entre grupos disciplinares.

A formação foi realizada em 9 sessões, tendo sido 4 presenciais e 5 a distância e todas calendarizadas.

O artigo insere-se num estudo de caso, tendo por base a resposta às seguintes questões: quais as necessidades de formação dos docentes na utilização dos QI? Que estratégias explorar/adotar na formação de docentes sobre QI? Quais as perspetivas dos formandos sobre a formação para professores de ciências sobre QI em regime bLearning? Quais os impactos da formação na prática pedagógica dos professores envolvidos?

O estudo foi planificado em 4 fases:

1-      Aplicação do questionário inicial dirigido aos formandos para recolha de informação sobre os conhecimentos na utilização dos QI em contexto de sala de aula e aferição dos conhecimentos na utilização das TIC;

2-      Conceção da formação tendo em atenção os resultados do questionário inicial e a literatura da especialidade;

3-      Implementação da formação;

4-      Aplicação do questionário final, dirigido aos formandos para avaliação da formação.

Foi solicitado a cada formando que elaborasse um recurso interativo individualmente e outro em grupo com o objetivo de proporcionar aos alunos aulas mais interessante e com base no uso das novas tecnologias, principalmente o uso dos Quadros Interactivos.

Foram criados e-Portefólios com as ferramentas disponibilizadas pela Plataforma Moodle do Softciências para fomentar partilha de ideias, metodologias, experiências e materiais entre formandos e a formadora (investigadora).

A implementação da formação decorreu em 5 etapas:

1ªetapa – “Acesso e Motivação” (Foi dado a conhecer aos formandos o acesso a documentos e alguns esclarecimentos sobre a formação e potencialidades e funcionalidades dos QI, numa sessão)

2ªetapa – “Socialização” (Socialização online com recurso ao fórum geral, numa sessão)

3ªetapa – “Partilha e Socialização” (Partilha de ideias, sugestões, opiniões e dúvidas, para apoio e orientação, da instalação e exploração do software, em duas sessões)

4ªetapa – “Construção do conhecimento” (aquisição de conhecimentos do software dos QI, técnicas e métodos para a elaboração de recursos, em três sessões)

5ªetapa – “Desenvolvimento” (Desenvolvimento e melhoramento dos recursos e construção do e-Portefólio, em três sessões)

Resultados  alcançados

A maioria dos formandos nunca tinha tido formação em QI, só um tinha tido uma formação, em regime presencial, sobre o QI SMARTBoard.

Relativamente ao uso das principais funcionalidades do QI, a maioria dos docentes inquirido indicou, no questionário inicial, não saber usar essas funcionalidades.

Quanto ao uso da Plataforma Moodle, os formandos referiram no relatório de reflexão sobre a formação, que se tornou útil para partilha e divulgação de recursos, estratégias e ideias, mas os resultados demonstraram que as ferramentas de comunicação disponíveis não tiveram a utilização esperada. Foi mais usada pelos formandos que já tinham alguns conhecimentos TIC.

Relativamente à elaboração dos e-Portefólios também se concluiu que poderia ter havido mais participação e colaboração por parte dos formandos.

Em relação ao regime bLearning utilizado na formação, os resultados obtidos foram que a formação para alguns formandos foi um desafio devido às dificuldades e receios manifestados por as sessões não serem todas presenciais, sendo algumas sessões a distância. No entanto, consideraram que as sessões a distância permitiram uma grande partilha de materiais, metodologias, ideias, dúvidas, proporcionando colaboração em contexto de prática/aprendizagem desta forma foi alcançado um dos objetivos deste estudo.

Os objetivos iniciais foram globalmente atingidos e a metodologia utilizada pareceu adequada, relativamente aos meios utilizados (Moodle, chat meebo, Google Tlak, fóruns, e-mail) apesar das resistências e das limitações a investigadora considerou que a sua utilização foi apropriada e benéfica permitindo atingir os objetivos propostos inicialmente. Um aspeto negativo foi que as potencialidades das ferramentas/serviços poderiam ter sido melhor aproveitados pelos formandos.

Este estudo permitiu que os formandos envolvidos passassem a sentir uma maior confiança no uso do QI e das TIC em contexto de aprendizagem.

Considerações finais

Este estudo permitiu concluir que a ação de formação superou as expectativas que os formandos inicialmente tinham, por a maioria nunca ter frequentado formação em regime bLearning, considerando que a ação foi positiva, enriquecedora, adequada e eficaz.

Apesar de neste estudo de caso se ter concluído que a formação forneceu bases necessárias para a utilização apropriada dos QI na sala de aula, ainda ficaram em aberto algumas questões tais como “qual o impacto do uso dos QI ao nível da aprendizagem?”

Ana Cristina Gomes, nº9697

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